quinta-feira, 3 de março de 2016

Boletim Semanal nº 90

Luteranos Santos - Boletim Semanal Nº 90 - 160304 - Texto da prédica: Lc 15.1-3, 11b-32

Assim como Moisés, no deserto, levantou a serpente numa estaca, assim também o Filho do Homem tem de ser levantado, para que todos os que crerem nele tenham a vida eterna. João 3.14-15



Caros Membros e Amigos da Paróquia de Santos!
Neste 4ª domingo da Paixão vamos refletir sobre uma das mais conhecidas histórias da Bíblia: A parábola do Filho perdido de Lucas 15 que Jesus conta para mostrar como Deus é. Deus busca união de todos e para isto ele age com paciência e perdão. O problema é muitas vezes que as pessoas não estão a altura de deus.
Foi assim com Jesus que tenta intermediar com esta parábola entre os fariseus e as diversas pessoas que seguiam a ele. Naquele momento não deu certo e Jesus termina crucificado.
Mas depois rescussita e assim gera uma nova chance para todos nós!
Saudações e até domingo!
P. Guilherme Nordmann
Palavra da Semana - Para nossa reflexão

 
Por que será que o filho acabou saindo de casa?
 
Será que os motivos da saída do filho, não estariam no próprio pai? Talvez tratava-se de um pai autoritário, um tirano, que manteve as rédeas curtas, restringindo ao filho toda e qualquer liberdade. Mas, se você reparar melhor no pai desta história, então logo constatará: Esse pai é diferente! Nele nada há de possessivo. Ele não está aprisionando seu filho, muito pelo contrário: lhe dá todas as liberdades, inclusive a de sair de casa. Quando o filho lhe diz: „Quero ir embora!“ o pai responde: „Se é isto que você quer, então vá!“ Esse pai não passa um longo sermão no filho. Não se revolta dizendo: „Como é que você pode fazer uma coisa dessas?!“. Nem lhe aplica pressão psicológica: „Ainda vou morrer por sua causa“ – “E agora, o que vai ser de mim“? - nada disso! Esse pai libera o filho. Concede-lhe liberdade.
Estou seguro de que a causa da saída estava no próprio filho. Penso que em algum momento de sua vida uma ideia foi tomando conta do seu íntimo. “Será que poderei desfrutar toda a plenitude de minha vida junto ao pai? Penso que longe de meu pai tenho mais liberdade para me realizar. Meu pai me quer tão perto dele para controlar a minha vida e para me privar das coisas mais belas desta vida.”
O que acontece é bem semelhante ao que se deu com Adão e Eva: A desconfiança surgiu de repente. Você também sente essa tentação: quanto mais perto de Deus (ou, quanto mais perto da Igreja?), mais fiscalizado me sinto!? Ao invés de fomentar meus sonhos, Deus me poda! Tenho a impressão de que perto de Deus me falta ar! Perto de Deus a vida não desabrocha, perdemos a nossa liberdade! A partir do momento em que a doença da desconfiança contaminou o filho, ele passou a ser um “filho perdido”.
Todas as demais estações de sua caminhada nada mais são do que mera consequência dessa desconfiança.
Aliás: ainda há um segundo filho nessa história. À primeira vista os dois irmãos parecem ser muito diferentes. O mais velho permanece, bonzinho, em casa. Trabalha junto ao pai e leva uma vida tranquila. Mas, as aparências enganam. Pois o relacionamento íntimo deste filho para com seu pai também não está bom. Seu modo de falar o denuncia.
Preste atenção: „Sabe, pai, todos esses anos eu me judiei como um escravo aqui em casa...!“ Você acha que esse modo de falar expressa um clima de confiança entre pai e filho? „Nunca te desobedeci. E o que ganhei em troca? Nunca fiquei sequer com um bode para que eu pudesse fazer uma festa com meus amigos!“ Vejo o rosto do pai empalidecendo! Deve Ter doido muito constatar que o próprio filho não conhece o seu coração bondoso. Ouço o pai desabafar: “Há tanto tempo convives comigo e nada entendeste até agora! O que é meu, é teu! A vida é tua. Por que não a aproveitas? Por que não desfrutas o melhor de tua vida na minha presença“? É essa a tragédia: Uma pessoa vivendo tão próxima a seu pai - e, mesmo assim, não o conhece direito.
Há muitos que se dizem cristãos e veem em Deus um pai severo, duro, pronto a cortar todas as liberdades e alegrias de seus filhos. Mesmo assim permanecem cristãos, permanecem na igreja, não saem de perto de Deus. E no entanto vivem sua fé como mero cumprimento do dever.

do Curso Básico da Fé

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