sexta-feira, 29 de abril de 2016

Boletim Semanal nº 97

29/04/2016

Luteranos Santos - Boletim Semanal Nº 97 - 160429 - Gênesis 2,7-17

Então o Senhor Deus pôs o homem no jardim do Éden, para cuidar dele e nele fazer plantações. Gênesis 2,15



Caros Membros e Amigos da Paróquia de Santos!
Você gosta de trabalhar? Você provavelmente responderia: »depende«. Depende do tipo de trabalho, das condições, do local, do horário, dos colegas, e, sim pode depender da remuneração. Trabalho pode ser muito bom, quase o céu, mas também pode ser muito ruim, quase um inferno.
No relato da criação temos ambas possibilidades: No lema acima tudo acontece no jardim do Éden, lugar para dar inveja, onde todo trabalho é um prazer: »cuidar dele e fazer plantações«, quer dizer, mexer um pouco com as coisas, para que a abundância não vire tédio.
No capítulo seguinte tudo mudou: »Você terá de trabalhar duramente a vida inteira a fim de que a terra produza alimento suficiente para você« (3,17b). Aparece o trabalho dentro da dura realidade de ter que lutar pela sobrevivência.
Entre um versículo e o outro, acontece a virada porque Adão e Eva comem dos frutos da árvore do conhecimento do bem e do mal. Ultrapassam o limite posto por Deus, a desconfiança nele tomar conta das suas mentes, e eles passam a sofrer as consequências de viver uma vida distante de Deus.
Neste domingo é o dia do trabalho. Temos, como cristãos, o dever de testemunhar a nossa fé por uma realidade do trabalho mais distante do inferno, com chances amplamente distribuidas, e condições mais humanas. Ao mesmo tempo podemos testemunhar que trabalho tem algo a ver com vocação.
É pela vocação que vem a satisfação. O trabalho pode virar um serviço, um culto, a Deus. Amém.
Saudações e até domingo!
P. Guilherme Nordmann
Palavra da Semana - Para nossa reflexão

 
Vamos nós trabalhar - Hino 184 (20/06/1871)
1. Vamos nós trabalhar, somos servos de Deus,
nosso Mestre seguir no caminho dos céus;
e no seu bom conselho o vigor renovar,
diligentes fazendo o que Cristo ordenar.

Estr: No labor, com fervor, a servir a Jesus, com firmeza e fé e com
oração, até que volte o bom Senhor.

2. Vamos nós trabalhar e os famintos fartar;
para a fonte os sedentos depressa levar!
Só na cruz do Senhor nossa glória será,
pois Jesus salvação por seu sangue nos dá!

3. Vamos nós trabalhar, aos perdidos dizer
que de Deus hoje mesmo o perdão podem ter.
Quem buscar ao Senhor redimido será,
pois Jesus salvação para sempre nos dá!

4. Vamos nós trabalhar, ajudados por Deus,
que a coroa da glória nos dá, lá nos céus.
A mansão dos fiéis sempiterna será,
pois Jesus salvação graciosa nos dá!

Autora da letra: Frances Jane (Fanny) Crosby
Autor da Melodia: William Howard Doane
Tradutor: Manoel Antônio de Menezes

domingo, 24 de abril de 2016

Culto de apresentação dos Confirmandos

24/04/2016

Culto de Apresentação dos Confirmandos “Yes, we can!” na Igreja Luterana de Santos 24/04/16




Yes, we can! - Sim, nós podemos! - que isto se aplica também aos nosso confirmandos eles mostraram de forma especial no culto no dia 24/04/, que eles mesmos preparam e realizaram.
Baseado na história de Davi e Golias, eles passaram através de três cenas dramatizadas para a comunidade que como a fé também em nosso tempo pode fazer a diferença.
Estão de parabéns, os jovens! Vocês provaram que estão prontos para a sua confirmação, que será celebrada no culto no dia 22/05/2016 às 10:00 h.

Veja mais fotos:
https://goo.gl/photos/RGZHaFYY6MHDtCsj7

sexta-feira, 22 de abril de 2016

Boletim Semanal nº 96

22/04/2016

Luteranos Santos - Boletim Semanal Nº 96 - 160422

Culto de Apresentação dos Confirmandos



Caros Membros e Amigos da Paróquia de Santos!
Os jovens não são somente o futuro da igreja, mas também são seu presente. São o que temos de melhor! Não é a toa que Jesus diz que ninguém entra no céu a não como criança.
Mesmo assim temos nossas dificuldades principalmente quando os queridos chegam a idade »aborrescente«. São barulhentos e espaçosos quando estão por perto, isto, quando não se isolam com seus smartphones nos seus quartos. Ficam surdos para qualquer solicitação dos seus pais.
Mas são maravilhosos com sua vida, seu jeito espontâneo e sua criatividade. São a vida!
Por isso somos muito gratos por termos em nossa comunidade pequena um grupo de confirmandos. São quatro: Fabrício, João Vitor, Karina e Sara.
Neste domingo chegou o seu momento de mostrar que estão preparados para a Confirmação marcada para 22/05/2016.
 Vão realizar o seu Culto de Apresentação!
Na medida do possível serão eles mesmos
que realizarão este culto.
Como são só quatro pode ser que temos que dar um
desconto mas vamos lá, prestigiar os nossos jovens!! 
Saudações e até domingo!
P. Guilherme Nordmann

 Palavra da Semana - Para nossa reflexão

Como reconhecer o amor?
Segundo o autor da primeira epístola de João, o amor está no ato da doação de vida. E como se doa vida? Abrindo o coração para aquele que padece necessidade.
E como se abre o coração?
Indo além das palavras, e demonstrando de fato e de verdade, i.e., dando ouvidos ao que nos dirige uma súplica; estendendo a mão ao que nos pede socorro; oferecendo o ombro para apoiar o cansado; fazendo companhia ao que se sente só; abrigando o que ficou desamparado; socorrendo o que está desassistido; cuidando dos feridos; alentando dos enfermos; engajando-nos nas causas dos que estão do lado da justiça e do direito, dos que defendem a vida e promovem a paz.
“Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade.” (1Jo 3.18)
Amor não é um sentimento. Nem sequer é preciso gostar de alguém para amá-lo. Amar é uma ação, um gesto, uma atitude. É um jeito de fazer que vira um jeito de ser. Amar de fato e de verdade é assumir a dor e a alegria de ser solidário, não por causa dos méritos de quem quer que seja, mas apesar de tudo e contra tudo. É dar a vida até por aquele que não vale a pena (que foi o que Cristo fez por nós).
O amor é o grande mandamento. O amor é o único mandamento. Somente aquele que ama, crê. Somente o que ama é o que guarda os mandamentos. Somente o que ama permanece em Deus e Deus nele.
Reverendo Luiz Carlos Ramos

sexta-feira, 15 de abril de 2016

Boletim Semanal nº 95

15/04/2016

Luteranos Santos - Boletim Semanal Nº 95 - 160415 - Texto da prédica: Salmo 23

Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem a mim. João 10,14



Caros Membros e Amigos da Paróquia de Santos!
Um dos fenônemos mais marcantes do mundo pós-moderno é o sentimento de insegurança. Tudo está em fluxo o tempo inteiro. O ritmo das mudanças aumenta cada vez mais, sobretudo nas grandes metrópoles. Um estado de espírito toma conta de muitas pessoas, que pode melhor ser descrito com a palavra »desolação«.
Desolação é o sentimento de desamparo de uma vida que não encontra mais nenhum lugar firme e seguro. Este sentimento atravessa e desagrega as famílias, as comunidades, a sociedade.
O que é este momento de intenso embate político em torno do impeachment da presidente, com acusações mútuas de um suposto golpe, senão a expressão da mais profunda desolação e desorientação acerca de valores básicas da vida?
É neste ambiente aflito que ecoa a palavra do Salmista, »O Senhor é meu Pastor, nada me faltará« (Sl 23,1), neste domingo que tem o nome »O Bom Pastor«. Sentimos a força desta imagem milenar que nos coloca na esfera de poder do Deus Pai, criador do céu e da terra, pai de Jesus Cristo que disse isto de si mesmo: »Eu sou o bom Pastor« (Jo 10,14).
Quem segue ele ganha força para ir e trabalhar em direção do Reino de Deus, muito além dos interesses asmáticos da vantagem do momento.
Que Deus abençoe o povo brasileiro com este evangelho, e que ele nos capacite e dê coragem para fazermos a nossa parte apontando a direção que ele nos mostrou.
Saudações e até domingo!
P. Guilherme Nordmann

Veja as novas matérias na nossa página: www.luteranos.com.br/santos:
 


Palavra da Semana - Para nossa reflexão

 
Deus te abençoe
Deus te abençoe quando rompe a aurora
Ao despontar o sol no horizonte.
A cada novo dia, a cada hora,
Deus sobre ti levante a Sua fronte.
Deus te abençoe ao transcorrer do dia
Enquanto o sol caminha pelo céu.
Deus te abençoe com paz e alegria
E onde estejas te cubra com Seu véu.
Deus te abençoe e te ilumine os passos
Conservando a tua mente firme e pura.
Deus te abençoe e te acolha em Seus braços
Quando sobrevier a noite escura.
Sonia Lodi Ferle


quinta-feira, 7 de abril de 2016

Boletim Semanal nº 94

07/04/2016

Luteranos Santos - Boletim Semanal Nº 94 - 160407 - Texto da prédica: João 21,1-19

Os discípulos de Emaús disseram um ao outro: Não parecia que o nosso coração queimava dentro do peito quando ele nos falava na estrada e nos explicava as Escrituras Sagradas? Lucas 24,32




Caros Membros e Amigos da Paróquia de Santos!
»Ame e faça o que quiser«, são as palavras conhecidas de Agostinho proferidas no século 6 apC. Foram palavras inspiradas que nos norteiam até hoje. Temos neste domingo com João 21,1-19 uma das possíveis fontes bíblicas desta frase como texto da prédica.
É o último capítulo do evangelho de João que visa dá um encaminhamento para os tempos novos de fé no Cristo vivo. Que ele rescussitou não significa simplesmente uma continuação da vida antes da cruz. É algo bem novo. Jesus aparece a alguns discípulos mas a estes custa reconhecê-lo. Ele não está aí a sua disposição como antes, mas aparece quando ele acha necessário e também some de repente.
A grande questão em jogo era a seguinte: A ressurreição de Jesus já era um fato para os discípulos. Então a história havia de continuar. Mas não era claro como e com quem. Os discípulos haviam sido muito covardes, especialmente Pedro negando seu vínculo com Jesus.
Será que o líder dos discípulos poderia ser líder da primeira comunidade cristã, depois de tudo que aprontou? Provavelmente era ele mesmo que não conseguia se perdoar. Mas para Jesus a questão é clara: Pedro ama a Cristo, então ele pode e precisa tomar a frente também no futuro. Não vale nenhuma condenação e também nenhuma fuga.
Tudo isto serve para orientar e animar nossos esforços no ano 2016. Quantas vezes nos achamos incompetentes e presos a erros do passado? Olhando com o jeito de Jesus, tudo vira uma questão do amor. Que Deus nos conceda este amor!
Saudações e até domingo!
P. Guilherme Nordmann


Palavra da Semana - Para nossa reflexão

 
O jardineiro e a Fräulein (Rubem Alves)
Menino, ele de longe olhava os pescadores nos seus barcos levados pelo vento. Pensava que o mar não tem fim. Pensava que os pescadores eram felizes porque não precisavam plantar peixes para colher depois. O mar era generoso: ele mesmo plantava os peixes que os pescadores só faziam colher com as suas redes. Tinha inveja dos pescadores. Ele era filho de agricultores. Tinha de plantar para colher. Diferente do mar, a terra tinha fim. Todos os pedaços de terra, os menores, os mais insignificantes, todos já estavam sendo cultivados. Os pescadores, se quisessem mais, bastava-lhes navegar mar a dentro. Mas os agricultores não podiam querer mais. A terra chegara ao fim. Quem quisesse mais terra para cultivar teria que sair da terra conhecida e ir em busca de outras terras, além do mar sem fim.
E foi porque a terra chegou ao fim que ele, adolescente, seus irmãos e seus pais, entraram num navio que os levaria a uma nova terra, Buragiro… Era assim que eles, japoneses, conseguiam falar o nome Brasil…
No Brasil, Hiroshi Okumura – esse era o seu nome – conseguiu trabalho na casa de uma família de alemães. Família rica, casa de muitos criados e criadas. Ele não falava português nem alemão. Mas não importava. Seu trabalho era cuidar da horta e do jardim. E a língua da terra e das plantas ele conhecia muito bem. E foi assim que, na sua fiel e silenciosa competência de jardineiro e hortelão, ele passou a ser amado pelos seus patrões.
Mas os jardineiros têm também sonhos de amor. Jardins sem amor são belos e tristes. Mas quando o amor floresce o jardim fica perfumado e alegre. Pois esse era o segredo que morava na alma do jardineiro japonês: ele amava uma mulher, uma alemãzinha, serviçal também, todos a tratavam por “Fräulein”. Cabelos cor de cobre como ele nunca vira no seu país, pele branca salpicada de pintas, olhos azuis, e um discreto sorriso na sua boca carnuda que se transformava em risada, quando longe dos patrões. Era ela que lhe trazia o prato de comida, sempre com aquele sorriso…
E ele sonhava. Sonhava que suas mãos acariciavam seus cabelos. Sonhava que seus braços a abraçavam e os braços dela o abraçavam. Sonhava que sua boca e sua língua bebiam amor naquela boca carnuda… E a sua imaginação fazia aquilo que faz a imaginação dos apaixonados: se imaginava num ritual de amor, delicado como a cerimônia do chá, tirando a roupa da Fräulein e beijando a sua pele…
Mas era apenas um sonho. Olhava para seu corpo atarracado, para sua roupa rude de jardineiro, para suas mãos sujas de terra, para seus dedos ásperos como pedras. A Fräulein pertencia a um outro mundo distante do seu mundo de jardineiro.
Seu amor nunca saiu da fantasia. Ninguém nunca soube.
Os anos passaram. Ele ficou velho. A Fräulein também envelheceu. Mas o amor não diminui. Para ele, era como se os anos não tivessem passado. Ela continuava a ser a meninota sardenta. O amor não satisfeito ignora a passagem do tempo. É eterno.
Chegou, finalmente, o momento inevitável: velho, ele não mais conseguia dar conta do seu trabalho. Seus patrões, que o amavam profundamente, pensaram que o melhor, talvez, fosse que ele passasse seus últimos anos num lar para japoneses idosos, uma grande área de dez alqueires, bem cultivada, com pássaros, flores e um lago com carpas e tilápias. Ele concordou. Visitou o lar mas, por razões desconhecidas, não quis viver lá. Achou preferível viver com parentes, numa cidade do interior. Mas o fato é que os velhos são sempre uma perturbação na vida dos mais novos. São, na melhor das hipóteses, tolerados. E a sua velhice se encheu de tristeza.
Um dia, movido pela saudade, resolveu visitar a casa onde passara toda a sua vida e onde vivia a Fräulein. Contaram-lhe que ela fora internada num lar para idosos alemães. Estava muito doente. Quis visitá-la. Encontrou-a numa cama, muito fraca, incapaz de andar.
E então ele fez uma coisa louca que somente um apaixonado pode fazer: resolveu ficar com ela. Recusou-se a sair. Passou a dormir ao seu lado, no chão. Cuidava dela como se cuida de uma criança. O extraordinário é que a enfermeira-chefe compreendeu e fez como se nada estivesse vendo… Desrespeitou o regulamento.
A Fräulein estava muito fraca. Não conseguia mastigar os alimentos. Não conseguia comer. Aconteceu, então, um ato assombroso de amor que os que não estão apaixonados jamais compreenderão: o jardineiro passou a mastigar a comida que então colocava na boca da agora “sua” Fräulein.
Nunca ninguém viu, nunca ninguém me contou. Imaginei. Imaginei que quando estavam sozinhos, sem ninguém que os visse, o jardineiro encostava seus lábios nos lábios da Fräulein, e assim lhe dava de comer… Assim o fazem os namorados apaixonados, lábios colados, brincando de passar a uva de uma boca para a outra…
E assim, ao final da vida, o jardineiro beijou sua Fräulein como nunca imaginara beijar…