quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Boletim Semanal nº 83

Luteranos Santos - Boletim Semanal Nº 83 - 151223 - Romanos 1,1-7: O mistério de Cristo

A Palavra se tornou um ser humano e morou entre nós, cheia de amor e de verdade. João 1,14





Caros Membros e Amigos da Paróquia de Santos!
É esta a noite das noites! A noite que deu início a uma vida que mudou para sempre o que pensamos ser possível entre céu e terra. Desde aquela noite santa Deus não está mais somente lá encima na eternidade, mas ele brota do chão, é possível experimentá-lo na vida cotidiana.
Nada diferente foram as circunstâncias do nascimento de Jesus de Nazaré naquela gruta nos campos de Belém. Diferente talvez somente no sentido que foi mais grave e duro do que costume. Jesus nasce junto aos animais em meio de sujeira, e por cima precisa fugir logo porque Herodes visa matá-lo.
Mas apesar de toda poeira e dificuldade estava Deus presente. Não precisou de verniz religioso, nem de música de fundo, e de nenhuma luz brilhosa ao redor da manjedoura. Deus brota no meio do pó e da lama.
É por isso que não gosto muito da maioria dos filmes religiosos, porque costumam apresentar o mundo da Bíblia e principalmente Jesus como uma realidade completamente diferente da nossa. Bonito de assistir, mas difícil de nos ajudar a encontrar Deus em nossa vida. Muito distantes sentimos esta, por demais banal e cotidiana, nada de verniz, pelo contrário, marcada por quebras, contradições e sofrimentos ocultos ou abertos.
Prefiro o Natal de Jesus Cristo, como nós conta a Bíblia: Então Maria deu à luz o seu primeiro filho. Enrolou o menino em panos e o deitou numa manjedoura, pois não havia lugar para eles na pensão. (Lucas 2,7)
Se o filho de Deus teve um início tão difícil, mas ao mesmo tempo, estava presente, então posso ter esperança para minha vida humilde e desinteressante. E isto é Natal!
Venha celebrar o Natal conosco no Dia de Natal, sexta-feira, 24/12/2015 às 10:00 h!
P. Guilherme Nordmann
Palavra da Semana - Para nossa reflexão

Memórias de um dos Pastores dos campos de Belém
Não, moço. Não foi uma noite tão feliz. Fazia frio. O vento cortante feria os lábios, ressecava os ossos.
Os que vieram recensear-se, abrigavam-se como podiam. Não era tanto por maldade que os moradores do lugar não ofereciam hospedagem. É que eles mesmos viviam tão modestamente, que era com dificuldade que tapavam as frestas e aninhavam-se em seus casebres. Ademais, era muita gente de uma só vez na provinciana e pacata Beth-Lehem.
Eu estava ao relento, sob as estrelas de um céu gelado-escuro, como de costume. Não, não. Não é que eu seja uma criatura soturna, boêmia ou romântica. Sou só um pastor. Isto é, sou sem-teto, sem-terra, sem educação, sem-eira-nem-beira… Cuido de ovelhas, só isso — esses animais frágeis e melancólicos, quase tanto quanto eu.
A noite era como muitas outras — porque, na verdade, tudo é igual, a gente é que é sempre diferente. Havia estrelas, havia vaga-lumes, havia sons ao longe: mugidos, latidos, choro de criança…
Na mesmice do balanço das árvores, aconteceu alguma coisa diferente aos meus olhos. De repente, as estrelas de sempre pareciam brilhar mais que o normal. Meus ouvidos sintonizaram um choro de recém-nascido. As folhas das árvores pareciam música angelical. Os pirilampos pareciam brilhar gloriosamente.
Continuei a caminho do aprisco. As ovelhas, sem perguntar nada, me seguiam tranquilas e pacientes. O choro de criança ficava mais forte, e pude perceber de onde vinha.
Uma dessas famílias-sem-nada havia ocupado uma das grutas onde os animais se abrigavam, e ali disputavam aconchego junto a bois e jumentos.
O pai tinha o rosto sulcado pelo suor, e franzido pelo trabalho rude. A mãe parecia mais a irmã do recém-nascido, tão jovenzinha. No rosto, a perplexidade de quem contempla o maior dos mistérios: a Vida. Nos lábios, o sorriso tímido. Nos olhos marejados, as gotas salgadas que transbordavam daquelas janelas da alma.
Entrei devagar, quase solene. Tudo era tão igual, mas ao mesmo tempo tão radicalmente diferente. Era como se eu não fosse eu. Meus olhos viam o que jamais haviam visto. Meus ouvidos se encantavam com sons tão corriqueiros, como se os ouvissem pela primeira vez.
Ajoelhei-me, porque me dei conta de que estava diante do mistério da Vida. Chorei, porque tudo era tão singelamente fantástico. Orei, porque, naquele momento, percebi que estava face-a-face com o Sagrado que habita o cotidiano.
Não. Não foi uma noite tão feliz. Continuava frio. O cheiro de esterco ainda era forte. A palha pinicava o recém-nascido. As roupas da mãe estavam sujas de sangue.
Eles, como eu, continuavam sem teto, sem agasalho, sem nada. Choravam sorrindo. Sorriam chorando. Tudo era exatamente igual. A única coisa que já não era a mesma éramos eles e eu. Porque nossos olhos viam não uma noite feliz no céu, mas o amanhecer de um novo dia de paz na terra.
Luis Carlos Ramos

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Boletim Semanal nº 82

Luteranos Santos - Boletim Semanal Nº 82 - 151218 - Filipenses 4,4-7: A alegria depende da perspectiva

Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo: Alegrai-vos. Perto está o Senhor. Filipenses 4.4





Caros Membros e Amigos da Paróquia de Santos!
Já cansamos talvez da iluminação natalina no comércio, mas ainda não chegamos lá. Estamos no 4° domingo no Advento, ainda esperando pela chegado do menino Jesus.
É assim como na vida real: Bem que gostaríamos que Deus chegasse logo e desse um basta na bagunça desta terra. Já cansamos de falso brilho, falsas promessas e mentiras descaradas.
Mas Deus diz que ainda não. Ele ainda tem carta na manga, quer nos render na paciência, manda seu filho criança para nos ensinar com que tipo de poder ele quer levantar o seu reino.
O texto bíblico deste domingo de Filipenses 4,4-7 nos exorta para vivenciarmos a alegria dos filhos e filhas de Deus. Mesmo cansados devemos nos concentrar na única promessa verdadeira:
Que ele vem, virá, ou melhor: ele já veio! Para mudar nossas mentes, nossos corações, nossas vidas!
Vamos celebrar esta chegada na nossa igreja, no Dia de Natal, 25/12/2015 às 10:00h e ainda no culto no Domingo, 27/12/2015 às 10:00h. Venha celebrar conosco! Feliz Natal!
Até Domingo e saudações do Deus que vem e virá com certeza!
P. Guilherme Nordmann

Palavra da Semana - Para nossa reflexão

José de Nazaré
Sonhos rotos, frustração, desespero. Por quê? Como? Para quê?
Tanto peso e tanta responsabilidade sobre estes ombros que já não são tão fortes! Angústia, desassossego, indecisão. Mais sonhos: anjos e instruções. Por que eu? Por que comigo? Sem entender tantas coisas devo tomar decisões que implicam graves consequências. Adeus, comodidade. Adeus, vida simples.
Adeus vida superficial e sem preocupações. Daqui para frente, um compromisso do qual dependem suas vidas e nosso reconhecimento como uma família. Ele Salvará. Um menino, um filho... ela, tão jovem e... agora devo leva-los a Belém. Ainda que quisesse, não podemos escapar a esta ordem dos romanos opressores. E por que justo agora quando Maria está a pondo de dar a luz?
Quando por fim teremos paz? Quando nos tratarão com dignidade? Quando haverá justiça para nós em nossa própria terra? Temor. Insegurança. Belém, a cidade de Davi. Uma longa viagem através de um caminho incerto e cheio de perigos.
Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó: vem e percorre conosco este caminho; acompanha-nos durante o percurso e dá-nos a força necessária para chegar sãos e salvos ao destino que nos há proposto.
Se tu vieres comigo —conosco—, eu irei. Um menino, Teu Filho, Jesus. Um Menino, também meu filho.
Texto de Zabdiel Ramos Torres, México

sábado, 12 de dezembro de 2015

Uma Liderança nos Deixou


Uma liderança nos deixou: Alfredo Chekay Filho.

Como a mãe consola o filho, eu também consolarei vocês. Isaías 66,13



No domingo 06/12/2015 ele ainda participou intensamente do culto, sorridente e cumprimentando a todos, como de costume. Dois dias depois ele deixou esta vida na idade de 62 anos.
Ele participou nos últimos anos como Vice-presidente da diretoria, e por um tempo, como presidente em exercício. Foi presença constante nos cultos, eventos e encontros de formação.
Somos muito gratos por este tempo! Desejamos a sua esposa Rosa Gil Marsal, que as palavras do Deus consolador se concretizem para ela.
 





sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Boletim Semanal nº 81

11/12/2015

Luteranos Santos - Boletim Semanal Nº 81 - 151211 - Isaías 35: Irá chegar um novo dia

Preparem um caminho para o SENHOR, pois ele vem vindo cheio de força. Isaías 40.3.10





Caros Membros e Amigos da Paróquia de Santos!
Tão antigo é o texto de Isaías 35 que nos é sugerido para a pregração neste 3° domingo do Advento, tão atual ele é até hoje. Isaías escreve no século 8 antes de cristo, em meio a ameaça pela superpotência Assíria, e ele levanta uma perspectiva de esperança diante o presente amedrontador. Ele insiste que o principal problema não é a pressão das circunstâncias que vem de fora, mas sim, a falta de esperança do povo.
Um povo que carece de confiança em Deus e na vida, torna-se frágil e uma presa fácil para todos os poderes destrutivos. O povo de Deus é diferente, acredita na sua eleição por parte de Deus, e que ele, mesmo passando por dificuldades, prepara um belo futuro para os seus.
O Brasil está passando por uma crise, tanto política, como econômica. Nesta turbulência despertam diversas vozes. Uns acham que a mudança de governo seria a salvação, outros já acham que seria golpismo. A luz da palavra de Deus, podemos dizer, como cristãos, que nem um, nem outro - quem salva é somente Deus. Ele é o único que não decpeciona.
Outros, e me aparece as vezes uma maioria, gastam seu tempo e energia em denegrir o Brasil e o povo brasileiro. São aqueles que vivem dizendo que lá fora tudo é melhor - supostamente. Outra vez: Como cristãos temos nada a ver com isto. Nossa palavra será de esperança, porque Deus é fiel.
Venha celebrar conosco este 3° Advento! Vamos acender a 3ª vela da coroa de Advento e levantar a voz da esperança que nasce da comunhão da comunidade com seu Deus!
Até Domingo e saudações do Deus que vem e virá com certeza!
P. Guilherme Nordmann

Naquela noite
Naquela noite
o verbo respondeu
com a carne
e aquietou-se no calor
do colo e da palha
para assim tecer
a trama do amor
em gestos e falas
de um caminhar
liberto e aberto
nos ombros e mãos
que acolhem
e recolhem os caídos
saídos do meio
mas reunidos no seio
da mesa em partilha
com ações geradas
pela paixão do seguir
e servir buscas
por sonhos, chão
asas para longe voar
pousar no coração
da paz e assim
ser capaz
de sentir o tempo
como bem viver
de outras relações
mais tolerantes
diversas e justas
construindo mundos
melhores e possíveis
naquela noite
o menino dormiu
feliz.
 

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Boletim Semanal nº 80

Luteranos Santos - Boletim Semanal Nº 80 - 151204 - Lucas 2,1-14

Glória a Deus nas maiores alturas do céu! E paz na terra para as pessoas a quem ele quer bem! Lucas 2,14



Caros Membros e Amigos da Paróquia de Santos!
No culto deste domingo, 06/12 às 19:00hr teremos um momento todo especial para todos prestigiarem! O culto será natalino com a apresentação de uma peça teatral encenada por jovens e crianças de nossa comunidade.
É uma peça moderna que busca pelo sentido do Natal em meio às confusões e costumes do nosso tempo. Fala de uma jovem em busca do sentido, como já diz seu título: Haverá Natal para Zé
E é esta a mais urgente questão sobre o Natal, muito mais que o relembrar de uma história de 2000 anos atrás. Jesus nasceu, Deus veio como criança a este mundo, mas o que isto significa para mim hoje?
Neste mundo de 2015, em plena crise nacional e internacional, com tantos sofredores e perdedores, com poucos se aproveitando e muitos apanhando? Onde Deus se revela?
Deus tomou partido em Jesus que nasceu em meio a precariedade. Ele iluminou o que o mundo despreza. Direciona nosso olhar para a vida em risco, porque a maior prova da graça de Deus sempre é a vida transformada, resgatada!
Até Domingo e venha prestigiar nosso jovens!
P. Guilherme Nordmann


Palavra da Semana - Para nossa reflexão

 
A Lenda de São Nicolau (St. Nicolas, Santa Claus, Pai Natal, Papai Noel)
Nicolau, filho de cristãos abastados, nasceu na segunda metade do século III, em Patara, uma cidade portuária muito movimentada.
Conta-se que foi desde muito cedo que Nicolau se mostrou generoso. Uma das histórias mais conhecidas relata a de um comerciante falido que tinha três filhas e que, perante a sua precária situação, não tendo dote para casar bem as suas filhas, estava tentado a prostituí-las. Quando Nicolau soube disso, passou junto da casa do comerciante e atirou um saco de ouro e prata pela janela aberta, que caiu junto da lareira, perto de umas meias que estavam a secar. Assim, o comerciante pôde preparar o enxoval da filha mais velha e casá-la. Nicolau fez o mesmo para as outras duas filhas do comerciante, assim que estas atingiram a maturidade.
Quando os pais de Nicolau morreram, o tio aconselhou-o a viajar até à Terra Santa. Durante a viagem, deu-se uma violenta tempestade que acalmou rapidamente assim que Nicolau começou a rezar (foi por isso que tornou também o padroeiro dos marinheiros e dos mercadores). Ao voltar de viagem, decidiu ir morar para Myra (sudoeste da Ásia menor), doando todos os seus bens e vivendo na pobreza.
Quando o bispo de Myra morreu, os anciões da cidade não sabiam quem nomear para bispo, colocando a decisão na vontade de Deus. Na noite seguinte, o ancião mais velho sonhou com Deus que lhe disse que o primeiro homem a entrar na igreja no dia seguinte, seria o novo bispo de Myra. Nicolau costumava levantar-se cedo para lá rezar e foi assim que, sendo o primeiro homem a entrar na igreja naquele dia, se tornou bispo de Myra.
S. Nicolau faleceu a 6 de Dezembro de 342 (meados do século IV) e os seus restos mortais foram levados, em 1807, para a cidade de Bari, em Itália. É atualmente um dos santos mais populares entre os cristãos.
S. Nicolau tornou-se numa tradição em toda a Europa. É conhecido como figura lendária que distribui prendas na época do Natal. Originalmente, a festa de S. Nicolau era celebrada a 6 de Dezembro, com a entrega de presentes. Quando a tradição de S. Nicolau prevaleceu, apesar de ser retirada pela igreja católica do calendário oficial em 1969, ficou associado pelos cristãos ao dia de Natal (25 de Dezembro)
A imagem que temos, hoje em dia, do Pai Natal é a de um homem velhinho e simpático, de aspecto gorducho, barba branca e vestido de vermelho, que conduz um trenó puxado por renas, que esta carregado de prendas e voa, através dos céus, na véspera de Natal, para distribuir as prendas de natal. O Pai Natal passa por cada uma das casas de todas as crianças bem comportadas, entrando pela chaminé, e depositando os presentes nas árvores de Natal ou meias penduradas na lareira. Esta imagem, tal como hoje a vemos, teve origem num poema de Clement Clark More, um ministro episcopal, intitulado de “Um relato da visita de S. Nicolau”, que este escreveu para as suas filhas. Este poema foi publicado por uma senhora chamada Harriet Butler, que tomou conhecimento do poema através dos filhos de More e o levou ao editor do Jornal Troy Sentinel, em Nova Iorque, publicando-o no Natal de 1823, sem fazer referência ao seu autor. Só em 1844 é que Clement C. More reclamou a autoria desse poema.
Hoje em dia, na época do Natal, é costume as crianças, de vários pontos do mundo, escreverem uma carta ao S. Nicolau, agora conhecido como Pai natal, onde registam as suas prendas preferidas. Nesta época, também se decora a árvore de Natal e se enfeita a casa com outras decorações natalícias. Também são enviados postais desejando Boas Festas aos amigos e familiares.
Atualmente, Há quem atribuía à época de Natal um significado meramente consumista. Outros, vêem o Pai Natal como o espírito da bondade, da oferta. Os cristãos associam-no à lenda do antigo santo, representando a generosidade para com o outro.